A audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado, realizada nesta terça-feira (27/5), foi marcada por tensão entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e parlamentares, especialmente o presidente do colegiado, senador Marcos Rogério (PL-RO). Durante uma discussão sobre as obras da BR-319, o senador mandou que Marina "se colocasse no seu lugar", o que desencadeou uma reação da ministra e resultou em sua saída da sessão.

O episódio começou quando Marina discutia com o senador Omar Aziz (PSD-AM) a respeito das ações do governo federal em relação à rodovia BR-319. Diante do embate, Marcos Rogério interveio solicitando que a ministra encerrasse o assunto:

“Ministra, depois faça uma reunião lá da equipe do governo e faça esse debate. Vamos seguir o debate da reunião”, afirmou.

A ministra respondeu de forma firme:

“Fique tranquilo, é um governo de frente ampla, para enfrentar a ditadura que o senhor não se importou com ela”, apontando o dedo ao presidente da comissão.

Em reação, Marcos Rogério criticou a postura de Marina:

“Essa é a educação da ministra Marina Silva. Ela aponta o dedo. Não vou me intimidar, não”.

Marina retrucou:

“O senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa, eu não sou”.

A troca de farpas se intensificou. Rogério acusou a ministra de sexismo:

“Agora sexismo, ministra? Me respeite”.

Ela respondeu:

“Eu tô lhe respeitando, o senhor é que tem que me tratar com educação”. Ao que o senador devolveu: “Me respeite, se ponha no seu lugar”.

A situação atingiu seu ápice quando o senador Plínio Valério (PSDB-AM) afirmou que Marina não merecia respeito como ministra, mas apenas como mulher. Considerando-se desrespeitada, Marina Silva deixou o plenário antes do encerramento da sessão.

Após sua saída, o senador Marcos Rogério informou que pretende pautar a convocação formal da ministra na próxima reunião da comissão, o que tornaria sua presença obrigatória.

Marina Silva havia comparecido à comissão como convidada para apresentar informações referentes aos estudos e tratativas sobre a criação de novas unidades de conservação marinha na Margem Equatorial.

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