

Um avião da companhia aérea VOE com 62 pessoas caiu em um condomínio residencial de Vinhedo (SP), nesta sexta-feira (9), e ninguém sobreviveu.
Num desastre aéreo, o primeiro pensamento que vem à tona é que poderia ser você. É uma morte coletiva que coloca todo mundo mentalmente dentro do avião. Você imagina o que a sua família estaria sofrendo com o seu desaparecimento repentino.
Pois não tem como escapar. Ainda não se sabe o que causou a queda. Uma hipótese provável é que a asa tenha perdido completamente a sustentação pela formação de gelo.
Eu já embarquei várias vezes na companhia aredo, eu já saí recentemente do aeroporto de Cascavel, eu já briguei no balcão para garantir meu horário, eu já palestrei na cidade de Vinhedo, o avião já esteve operando em Caxias do Sul, meu estado natal, eu vivo viajando, numa média de seis a oito voos por semana.
É uma colcha de casualidades inexplicáveis. Você se sente aliviado pela sua existência poupada e também mortificado por quem não contou com a mesma sorte. É o medo de não ter controle sobre o destino e pesar porque alguém partiu simbolicamente em seu lugar. É o frio e o quente misturados — suor gélido pela sua sobrevivência e lágrimas quentes por tanta gente inocente de seu fim.
Não há como não se ver preso ao quase.
O avião fez três viagens antes naquele dia, assim como dez ageiros perderam a conexão.
Quantas pessoas embarcaram perto da catástrofe, ou poderiam ter subido para nunca mais naquele modelo ATR-72?
Um táxi que se atrasou, um aplicativo que cancelou a corrida, um alarme do celular que não tocou, um erro na compra do bilhete: um mero acaso decidiu destinos.
E das 62 vítimas, quantas tiveram o pressentimento de não ir ou a chance de estar numa escala diferente?
Isso mexe com as nossas piores fantasias.
Todo falecido ali torna-se seu parente, porque leva um pouco da nossa morte junto.
Não existe como não se desesperar ao descobrir que o servidor do Ministério Público de SC, Rafael, 41 anos, foi buscar a filha de 3 anos, Liz, para ar o Dia dos Pais em Florianópolis.
Onde enterrar a saudade?
Fabrício Carpinejar
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