Eu estava de férias na Suécia, em meados dos anos 90, e no albergue em que me hospedei um novo companheiro de viagem, um finlandês, contava que voltaria à Finlândia no final do mês seguinte para o enterro da avó.
Pensei não ter entendido: como é que ele sabia que a avó ia morrer daí a um mês?
A avó já estava morta há algum tempo. Mas todos na família tinham compromissos, viagens, provas na Universidade. A velha permanecia num freezer, aguardando estarem todos disponíveis para a cerimônia do sepultamento.
Não questionei a frieza (ou racionalidade) nórdica: a avó estava morta, nada se podia fazer quanto a isso, e de nada adiantaria o sacrifício da agenda de cada um.
Mas arrisquei uma pergunta: e quando é que se chorava – na notícia da morte ou na cerimônia do sepultamento, meses depois? Havia dois lutos? Luto nenhum"
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