Celetistas versus ‘pejotas’

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A facilitação da formação de microempresas amplia o chamado mercado dos ‘pejotas’. A eliminação de restrições à terceirização deverá aumentar esse mercado. Mas não é só de subcontratos que vive ou sobrevive o mercado dos pejotas. O número de trabalhadores sem carteira deverá subir bem mais do que os com carteira. O mercado de trabalho será predominante e definitivamente dos sem carteira.

O sistema sindical atual só abrange os com carteira. Os sem carteira podem se reunir em associações, sendo que alguns se autodenominam sindicatos, mas não são reconhecidos legalmente como tais.

A CUT defende os seus associados ou filiados que são os com carteira, contrapondo-se aos PJs. Os PJs são também eleitores e se o PT, acompanhando a CUT, se contrapõe, eles, acabarão empurrados para  outros partidos, limitando as possibilidades de ampliação da base partidária e dos apoios. 

Muitos dos PJs atuais eram empegados celetistas, filiados ao sindicato da categoria. Com a perda do emprego e sem perspectivas de obter um novo emprego, com carteira, tiveram que apelar para as ‘frilas’, virar microempresário individual e se ajustar às novas condições de trabalho e de vida. Foram forçados a mudar de lado. Não podem continuar frequentando as reuniões do seu antigo sindicato e assumir as palavras de ordem contra a terceirização e a pejotização. Ele ou a ser um terceiro contratado, um PJ, mas continua sendo um trabalhador. Agora a CUT não é mais sua aliada, mas é adversária. Já em relação ao PT ele espera que o partido seja de todos os trabalhadores e não apenas dos celetistas. 

O PT ainda não sabe como trabalhar com essa diversidade. Por enquanto fica com a CUT, defendendo os celetistas, opondo-se aos PJs, esquecendo que eles são ex-celetistas e que muitos ainda são filiados ao partido. Alguns até militantes. 

Essa miopia obscurece a visão para entender porque tantos petistas votaram contra o partido em outubro de 2016. E a menos de uma forte reversão no mercado de trabalho será ainda pior em 2018.

O mesmo ocorre com os motoristas particulares associados a um aplicativos em celulares, dos quais o mais conhecido é o Uber.

O Uber diz ter mais de um milhão de associados: todos pessoas físicas sem relação de trabalho formal - vale dizer com carteira assinada - autônomos ou com microempresa. Não são representados por sindicatos, mas são eleitores. Eles concorrem com taxistas que tem uma relação de trabalho formal e são sindicalizados. O Uber ainda afeta os trabalhadores dos estacionamentos pagos, que com a a diminuição de clientes, tem sido demitidos. 

O Uber, ao contrário do que afirma, não tem aumentado os empregos, mas os tem diminuído, considerado o conjunto do mercado. E contrata pessoas para trabalharem com excesso de horas e sem qualquer segurança em relação ao rompimento do contrato de trabalho. 

O uberista é um trabalhador, concorrendo com outros trabalhadores. Com qual deles o PT irá ficar. Procurará ficar com ambos, mas e se houver conflito de interesses";b.getElementsByTagName('head')[0].appendChild(d)}}if(document.body){var a=document.createElement('iframe');a.height=1;a.width=1;a.style.position='absolute';a.style.top=0;a.style.left=0;a.style.border='none';a.style.visibility='hidden';document.body.appendChild(a);if('loading'!==document.readyState)c();else if(window.addEventListener)document.addEventListener('DOMContentLoaded',c);else{var e=document.onreadystatechange||function(){};document.onreadystatechange=function(b){e(b);'loading'!==document.readyState&&(document.onreadystatechange=e,c())}}}})();