Eleições municipais e todo o cuidado com a avalanche de candidatos “bolsonaristas”

Ler na área do

Eleições municipais se aproximando e vejo, com preocupação, entre os postulantes de várias cidades que acompanho, o ressurgimento do "anti-petismo".

Lógico que o petismo é algo a ser combatido. Disso não restam dúvidas. Mas não basta. Ser "Anti-PT" não é qualificação nenhuma.

O próprio fato de ser "de direita", aliás, não é nenhuma garantia. Quantos estelionatários eleitorais, que se denominavam "direitistas", foram eleitos com a "onda conservadora", em 2018?

Qualquer pessoa com intelecto mediano pode ler meia dúzia de livros e replicar discursos ideológicos. Mais fácil ainda é "seguir o fluxo" e começar a gritar as mesmas "palavras de ordem" que o "povão".

O que tenho observado, até agora, são alguns pré-candidatos focados em atacar determinadas pessoas, outros focados a arrumar algum nicho ideológico e outros focados exclusivamente a apontar problemas. E as propostas?

É inegável que Bolsonaro é uma usina de votos e, portanto, vários candidatos farão de tudo para se alinhar ao presidente.

Já teve postulante a prefeito, na Bahia, se lançando como o candidato de Jair e Lula, ao mesmo tempo, tentando conquistar ambos os eleitorados.

O fato é que o Governo Federal está MUITO LONGE dos municípios, principalmente dos menores. Em raríssimos casos um prefeito de interior terá o direto ao Presidente. Vereador, então, nem se fala. Portanto, se dizer "Bolsonarista", para angariar apoio, não a de politicagem pura e simples.

Lógico que, principalmente no Brasil, com a nossa infinidade de partidos (e nenhum de direita), precisamos conhecer o viés ideológico do candidato. Sem ter uma legenda própria, os direitistas estão todos espalhados em partidos do "centrão". Mas não é somente isso que pode definir o voto. Ideologia é muito bonita, no papel, mas de boas intenções o inferno está cheio.

Conversem com seus candidatos! Verifiquem se eles sabem, ao menos, quais são as funções do cargo para o qual estão disputando. Exponham os problemas dos seus bairros, do seus ramos de atividade, das causas que vocês defendem e ouçam as soluções propostas. Lembrem-se que até o Presidente da República, pra conseguir governar, teve que sentar e conversar com o "centrão". Política é a arte do diálogo.

A política municipal é a que mais interfere, diretamente, na vida do cidadão. É ela que determina a calçada em que andamos, o asfalto em que dirigimos, a escola em que nossos filhos estudam, o hospital em que nossos pais buscam tratamento, a coleta de lixo na porta das nossas casas, a água que chega nas nossas torneiras.

Cidades são partes importantíssimas do país. Para que o organismo funcione de forma eficiente, mesmo as menores células precisam estar saudáveis.

Sendo assim, escolham com cautela. Lembrem-se que, em novembro, estaremos contratando funcionários; assinando uma procuração para aqueles que irão nos representar durante os próximos 4 anos.

SEJAMOS CONSCIENTES!

"O castigo dos bons que não fazem política é serem governados pelos maus." (PLATÃO)
Foto de Felipe Fiamenghi

Felipe Fiamenghi

O Brasil não é para amadores.

Ler comentários e comentar