Tratamento multidisciplinar: como educar o paciente a nova realidade em saúde?
17/10/2015 às 05:27 Ler na área doParece simples a idéia de que a soma de conhecimentos para um eficaz diagnóstico e tratamento possa ajudar mais a um paciente que o já ultraado método individualista e de doença/cura, e que claro isto se introjetaria à consciência das pessoas com lógica e adesão favoráveis.
Claro que não funciona dessa forma. As décadas fizeram da saúde uma razão sensível a disciplinaridade de um profissional especialista. A população assimilou que um diagnóstico é definitivo e que a opinião e competência unilateral é a que vale.
Encaminhar um paciente na nova realidade multiprofissional é compreendido como uma ode da “máfia do jaleco branco”
e não como uma tentativa abrangente de tratamento. Claro, que o contexto socioeconômico influencia muito o ponto de vista do paciente. Nem todos os exames se fazem pelo SUS e nem todos os exames que se consegue agendar pelo SUS são feitos com a urgência que merecem o que faz com que as pessoas recorram à rede particular, a qual nem sempre é compatível financeiramente com a realidade do paciente.
Mas será que é algo a essa condição socioeconômica"
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“O engolidor de sonhos” em que a autora fala de um caso de um paciente que dizia ter “engolido” um sonho - “desses que a gente sonha” como dizia este, era uma coisa que dava “uma coisa no peito”; recusando-se a seguir a lógica clinica, a médica após constatar que não havia nada de errado com organismo, até pensou em prescrever antipisicótico, mas...
Angústia! Nada mais e nada menos, e uma conversa com seu paciente fora suficiente para que este voltasse para casa são e salvo.
Não é à toa como seres biológico, psicológicos e sociais não podermos ser resumidos em um aspecto, mas sermos traduzidos em nossa condição multifacetada. E como assim sendo, a responsabilidade clínica se estende e se amplia na rede de amparo, e a população precisa começar a entender esse novo (nem tanto) paradigma.
Desde a queda do mal elaborado ato médico, a multiprofissionalidade se tornou oficialmente a prática a ser exercido pelo melhor serviço em saúde, um serviço mais ético, da saúde para pessoas e não mais para patologias.
Cabe aos profissionais de saúde ar primeiro a entender este paradigma e corrigir-se, e depois educar seus pacientes sobre a sua importância. É informar! Explicar ao paciente (que é inteligente) a dinâmica do seu tratamento, o porquê de uma medicação, ou de uma proposta psicoterapêutica, falar da importância de se verificar todas as possibilidades de um diagnóstico (diferenciar) e o que de vantagens isso acarreta as pessoas e a sua saúde. É preciso romper com a barreira da desconfiança e abrir os olhos da população para a mais eficiente contribuição que se pode dar a sua saúde.
Robson Belo
Psícólogo Esp. Psicopatologia Clínica
e-mail: robbello@ig.com.br
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BRITO, FLÁVIA. Tratado geral sobre os males da alma. Guaratinguetá, SP: Penalux, 2013.
Robson Belo
Psicólogo